Validade Da Auto Avaliação Na Determinação Da Maturação Sexual

Devido à dificuldade que se tem para avaliar a maturação sexual mediante exame físico feito por médico, tem surgido a preocupação de procurar um método mais simples e que não invada a privacidade do avaliado. Com este objetivo se quis verificar a validade da auto-avaliação mediante o uso da técnica projetiva com as pranchas dos diferentes estágios de desenvolvimento das carcaterísticas sexuais secundárias baseados na descrição de Tanner. Para isto foram avaliados 352 sujeitos de Ilhabela, 174 do sexo feminino e 178 do masculino, de idades de 6-21 anos (x̅: 11,5 anos) para o sexo feminino e de 6-33 anos (x̅: 13,1 anos) para o masculino. A cada indivíduo eram apresentados as pranches, ele se auto-avaliava e depois era avaliado pelo médico. A análise estatística utilizada foi o coeficiente de associação calculando o porcentual de respostas coincidentes. Os resultados mostraram que a validade da técnica projetiva para ambos sexos foi de moderada a alta com valores de 0,60 a 0,71 para ambas as características sexuais secundárias. Maiores valores doram encontrados para a avaliação dos pêlos púbicos (0,70-0,71) do que a avaliação das glândulas mamárias ou os genitais externos (0,60; 0,61 respectivamente). A validade não tem influência da idade “per se”, os valores dependem do estágio em que o indivíduo se encontra, sendo maiores nos estágios extermos I (infantil) e V (adulto). A partir dos resultados obtidos, podemos concluir que a técnica projetiva é simples e parece não precisar de avaliador especial (médico). Pode ser aplicada nos dois sexos, durante as fases pubertárias, mesmo em diferentes níveis sócio-econômicos e culturais, facilitando assim a difícil tarefa dos profissionais que trabalham com escolares nessas idades de avaliar a maturação sexual.