Associação Da Aptidão Física E Desempenho Acadêmico De Escolares
Artigo publicado na Revista Brasileira de Ciência e Movimento em 2014. Escrito por Gerson Luis de Moraes Ferrari, Leandro Fórnias Machado Rezende, Diogo Rodrigues Bezerra, Timóteo Leandro Araújo e Victor Keihan Rodrigues Matsudo. O objetivo do estudo foi verificar associação entre aptidão física e desempenho acadêmico de escolares de Ilhabela.
Palavras-chave
O estudo fez parte do Projeto Longitudinal de Crescimento, Desenvolvimento e Aptidão Física de Ilhabela. Os dados foram coletados no primeiro semestre de 2013. A amostra consistiu em 226 escolares (119 meninos e 107 meninas) com idade entre 10 e 15 anos (12,35±1,33 meninos; 12,02±1,23 meninas). Todos os escolares que participaram da pesquisa pertenciam a duas escolas municipais de Ilhabela, sendo uma de ensino médio e outra de ensino fundamental. As variáveis antropométricas analisadas foram: índice de massa corporal, circunferência de cintura, somatória das sete dobras cutâneas (subescapular, bicipital, tricipital, supra ilíaca, axilar-média, abdominal e panturrilha medial). As variáveis neuromotoras da aptidão física foram: força de membros superiores e inferiores, agilidade e força abdominal. O desempenho acadêmico (satisfatório vs. não satisfatório) foi analisado por meio das disciplinas de matemática, português, leitura e ciências cursadas no primeiro semestre de 2013. A regressão de Poisson foi realizada para analisar a associação entre aptidão física e desempenho acadêmico. O nível de significância adotado foi p<0,05. 75,5% dos meninos e 64,8% das meninas tiveram um desempenho satisfatório na disciplina de ciências. Na análise multivariada, ajustada por idade, foi encontrada uma a associação entre a força muscular de membros inferiores e a disciplina de ciências (RP 1,31; IC 95% 1,10 – 1,59; p<0,01). Nossos resultados corroboram com a literatura atual, indicando uma associação entre um componente da aptidão física (força muscular) e o desempenho escolar (disciplina de ciências) de crianças e adolescentes. Programas de incentivo à prática de atividade física, especialmente na escola, devem ser estimulados a fim de proporcionar os diversos benefícios da atividade física a essa população, como por exemplo, a possível melhora no desempenho escolar.